quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Discípulo Adorador


No evangelho Jesus ensina que a oração do Pai Nosso é uma oração de louvor e petição ao Pai! E de compromisso com nossos irmãos e irmãs.

O louvor nos leva a trilhar caminhos antes inimagináveis. O coração que louva e agradece, rompe barreiras e aproxima do Pai que tudo criou. As preces e súplicas daquele que louva a Deus se tornam mais consistentes e produz frutos naquele que tem fidelidade na vida oracional.

Quando pedimos para que o reino de Deus venha, precisamos nos antecipar e trabalhar para que ele aconteça no lugar e situação a qual nos encontramos.

Na oração pedimos perdão ao Pai das misericórdias num compromisso de perdoar aqueles que nos feriram. Descobrimos assim que a eficácia da oração está no cumprimento de nossos deveres com o próximo. A pessoa que reza, possui sensibilidade para perceber erros e pecados cometidos e então ganha a oportunidade de refazer sua história modificando comportamentos inadequados. 

O coração fortalecido pela oração recebe proteção neutralizando a ação do maligno. Consegue fugir ou vencer as tentações.

Jesus já nos ensinou isso na passagem pelo deserto: aquele que reza e pede confiante ao Pai recebe forças suficientes para não cair em tentação.

O discípulo pediu para Jesus o ensinar a rezar. Jesus colocou na oração do Pai nosso seu modo de ser em Deus. Com isso mostrou que aquele que quiser ter intimidade com o Pai que seja um discípulo adorador. Adoremos a Cristo e assim, cada dia mais, nos revestiremos do seu amor e seremos modelos de vida oracional para os que convivem conosco.

Mãe do Perpétuo Socorro, rogai por nós.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Somos terra boa

Deus é incansável na arte de semear, tem paciência com nossas demoras e espera com amor pela nossa decisão de produzir bons frutos com a semente que recebemos D’ele.
A beira do caminho, o terreno pedregoso, os espinhos e a terra boa são disposições do nosso coração para Deus. Com humildade precisamos dar conta de responder as seguintes indagações: Quanto eu estou disposto para acolher a palavra de Deus em mim? Permito que a Palavra me ajude a caminhar nos caminhos de retidão e santidade?
Somos terra boa e não podemos permitir que o mundo nos faça crer no contrário disso. Somos de Deus e a cada dia precisamos escutar sua palavra, acolhendo-a em nosso coração e transbordando-a aos que participam da nossa trajetória.
“A semente que caiu em terra boa, são os que ouvem a palavra com coração reto e bom, a retêm e dão fruto pela perseverança”. Sendo assim: somos terra boa todas as vezes que perseveramos no amor que acolhe, no diálogo que salva, no seguimento a Cristo que traz luz e salvação. Somos terra boa quando Cristo, a Palavra encarnada encontra abrigo em nosso coração. Que Maria nos ensine a escutar e viver a palavra de hoje. Mãe do Perpétuo Socorro, rogai por nós.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Na família a vida se faz

O evangelista Marcos (Mc 3, 31-35) relata que um dia Jesus Jesus estava cercado pela multidão quando comunicaram que "a mãe e os irmãos dele estavam lá fora procurando-o. O comunicado chegou em hora oportuna e Jesus aproveita a ocasião para ensinar.
Jesus sempre mostrou amor por sua mãe e seus discípulos. Nessa atitude de amor deixa em evidencia a grande importância dos vínculos familiares. Testemunhou com exemplo de humildade sobre a importância de estreitar os laços em família. Na família a vida se faz. Na família é onde o amor pode ser vivenciado intensamente sob a vivencia diária do acolhimento, da aceitação e dedicação plena. 
Jesus ensina que quanto mais amamos a Deus mais seremos capazes de dedicar amor e cuidado aqueles que estão próximos de nós. 
Neste sentido, Jesus diz aqueles que trouxeram a mensagem: "Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe". Jesus registra que os laços que nascem da fé tem o poder de nos tornar família com Ele. 
Os noticiários estão repletos de acontecimentos que deixam em relevo que o amor e o respeito diminuíram nos vínculos familiares de sangue. Embora seja um absurdo está se tornando comum manchetes que mostram os desafetos que causam violência, dor e até morte entre familiares.
Entendemos então que quando não colocamos Deus em primeiro lugar, também não conseguimos colocar aqueles com quem convivemos no lugar que lhes cabem: na casa do amor em nós. Amar a Deus sobre todas as coisas é mandamento essencial para nutrir amor pelos outros. 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

A fronteira entre o bem e o mal

A Santíssima Trindade nos sugere comunhão o tempo todo. A vontade de Deus é que vivamos a unidade com nossos irmãos; assim nos recorda são Paulo na carta aos corintios:  "Irmãos, eu vos exorto, pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo, a que sejais todos concordes uns com os outros e não admitais divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos e concordes no pensar e no falar" (1Cor 1,10). A divisão não pode ser acolhida e consentida em nossa missão de batizados. A divisão causa destruição e anula a ação do Espirito. 
No relato de são Marcos (Mc 3,22-30) quando os mestres da Lei disseram que Jesus estava possuído por Beelzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios . Jesus deixa claro que a graça e a beleza da unidade não moram na divisão. Tudo o que está dividido não se sustenta. Assim acontece com o reino, com a família, com um exercito que marcha para a guerra. A divisão não é caminho que leva a vitória. 
Quando há divisão na família todos os membros são prejudicados. O mal atua provocando a divisão, a destruição. 
O mal é pecado que causa divisão entre as pessoas, provoca e divide até o próprio coração. A fronteira entre o bem e o mal está entre uns e outros, contudo essa fronteira encontramos dentro de nós. O ressentimento, a mágoa, o ódio, o desprezo mostram que o mal encontrou abrigo em nossa vida. 

É importante saber que para todo pecado há perdão. "Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno”(Mc 3,28-29). A blasfêmia deve ser entendida como a negação da salvação que vem de Deus. Ofender o Espirito Santo mas caindo em si o pecador com o coração contrito pedir perdão, o perdão lhe será concedido mediante o mesmo Espirito Santo em virtude do sacrifício da cruz. A blasfêmia se manifesta quando arrogamos o direito de perseverar no mal, negando o amor e a salvação que vem de Deus. 
Tiremos de nós qualquer postura que alimenta o pecado em nossa vida. Não deixemos perpetuar aquilo que pode ser destruído mediante a ação salvífica de um amor unitivo.  

domingo, 26 de janeiro de 2020

Na "presença dele regozijaremos como alegres ceifeiros na colheita".

"Deus faz crescer a alegria e aumentar a felicidade em nós" ((Is 9,2). Carregar essa certeza é fundamental para que a nossa atenção não seja dividida. Afinal somos bombardeados o tempo inteiro com promessas de alegria e felicidade. A promessa do mundo fala de uma satisfação momentânea e cresce no ser humano a busca pelo prazer, pela posse e pelo poder. Contudo nada disso o preenche mas o esvazia. 
Buscar em Deus resposta para nossas inquietações é caminho que nos trás paz. Na "presença dele regozijaremos como alegres ceifeiros na colheita". 

A alegria pela boa colheita é resultado do esforço no preparo da terra e no cultivo da semente. A vitória é conquista de quem muito batalhou. Deus é aquele que se antecipa sempre, pois se tivemos foco e fomos esforçados, se fomos determinados e corajosos é porque Deus um dia nos dotou com todas essas habilidades.  Deus se antecipou com seu amor e nos capacitou para a vida. Deixemos a luz de Deus resplandecer em nós. 
 (Mt 4,17) está presente um profundo interesse de Deus por nós. .O interesse de um Deus que conhece nossas potencialidades e sabe que podemos dar o melhor de nós. Convenhamos, temos consciência que podemos amar mais. Existem muitas habilidades  a serem desenvolvidas e colocadas em prol do reino. Jesus encontrou muitas pessoas fazendo o bem e promovendo a justiça. Também encontrou pessoas desanimadas e envolvidas em estilos de vida que não falavam de reino, posturas que estavam distantes da vontade de Deus. Enxergando essa realidade pede conversão: mudança de vida. 
Na exortação de Jesus: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” 
"Quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram (Mt 4,18-20). Jesus viu no olhar de Pedro e André que eles poderiam alçar um voo mais alto. Chamou-os para uma missão nobre e deu condições para que eles pudessem cumpri-la. Investiu tempo em ensina-los e os orientou no caminho para uma vida comprometida. Em contrapartida Pedro e André abandonaram o modo como viviam e suas convicções (redes) e se deixaram lapidar pelos ensinamentos de Jesus. 
A resposta imediata dos dois mostra o desejo de atrair algo que pudesse preencher qualquer tipo de vazio existente. Se lançaram no novo e confiantes foram sendo moldados pelo Senhor. 
Hoje Jesus atualiza esse chamado para cada um de nós. Ele espera que tenhamos a coragem de nos desprendermos de antigas estruturas e alcemos um voo mais alto. Cabe aqui uma pergunta. Quais coisas precisamos deixar a margem para de fato sermos pescadores de homens? Sempre existe coisas que devem ficar para trás. Precisamos sepultar as dependências que nos escravizam.  Sepultar a preguiça que nos impede de lutar. Sepultar o egoismo que não nos deixa ser solidários. Sepultar todo tipo de grosseria e impaciência que maltrata e intimida o outro. Sepultar a fofoca que atrasa o processo de reino de Deus. Sepultar a mentira que pesa como chumbo,  enfraque e até mata relacionamentos. Sepultar o vitimismo que não nos deixa caminhar. 
São Paulo na carta aos Corintios mostra sua preocupação: "Irmãos, eu vos exorto, pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo, a que sejais todos concordes uns com os outros e não admitais divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos e concordes no pensar e no falar" (1Cor 1,10). Precisamos sepultar tudo aquilo que causa divisão. 
Tudo isso pode ser alcançado num exercício diário de "não privar a cruz de Cristo da sua própria força". Precisamos deixar Deus ser Deus em nós.  O descuido promove a arrogância, a soberba e traz divisão. Cuidemos para que o nosso jeito de ser e de viver seja o mais próximo possível de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

sábado, 25 de janeiro de 2020

A melhor forma de nos encontrar é no encontro com Deus

Pessoas  relatam que permaneceram longo tempo numa vida desregrada porém um evento muito forte  as fizeram mudar de direção. Essas mudanças se deram num momento de dor, de luto, de desespero. No erro ou no pecado foram capazes de enxergar o valor da amizade, do trabalho, da família. Com isso repensaram as atitudes e se revestiram de uma nova conduta. 
Eventos positivos e de alegria também são capazes de arrancar pessoas de uma vivencia sem expressão para uma vivencia de compromisso e de sentido pleno na vida: uma conquista muito esperada, a cura de uma enfermidade, o nascimento do filho.Tudo isso fala de um encontro especial conosco mesmo. A melhor forma de nos encontrar é no encontro com Deus. 
Hoje celebramos a conversão de são Paulo Apóstolo. Paulo teve seu encontro com o Senhor num dia que parecia ser como todos os outros. "Quando Saulo, ao meio dia, aproximou-se de Damasco, uma luz vinda do céu resplandeceu em volta dele" (At 22,6b). Saulo caiu por terra experimentou do amor de quem ele perseguia. O "meio dia" é metáfora que nos faz entender sobre a metade de uma vida. Paulo viveu metade da sua vida longe do amor de Deus, por isso perseguia. Na queda seus olhos cegaram e tudo se tornou novo. O que era velho ficou para trás. 
O encontro do Apóstolo com Cristo o levou a ser testemunha incansável na arte de evangelizar. Anunciou o Cristo e de fato foi entrando em conformidade com nosso Senhor em suas ações diárias. E expressou seu amor por ele de um Jeito muito especial e orante: "já não sou eu que vivo é Cristo que vive em mim"(Gl 2,20). 
A forma como Paulo conduziu a vida, depois de sua conversão, levou muitas pessoas a modificarem o modo de viver. A nossa forma de viver deve levar outros a acreditar no Deus que nós acreditamos. A nossa alegria de servir ao Senhor deve contagiar outros a também seguirem na mesma direção. O cristão deve ser alegre, comprometido com a vida. Paulo falava de Jesus e vivia uma vida ligado nele. O problema hoje é que muitas pessoas falam da existência de Deus mas vivem como se ele não existisse. 
O contra testemunho desmotiva e provoca desvios de caminhada. Nossa missão é estreitar os vínculos com nosso Senhor e produzir frutos conforme a sua vontade. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

O nosso coração precisa estar livre para ser forte e decidido

Dedicar amor aquelas pessoas que nos amam é fácil. Amar aquelas pessoas que são injustas conosco e nos fazem mal é atitude exigente mas necessária. Os ensinamentos, de nosso Senhor, deixam em relevo a importância de amar sempre. Amar principalmente aquelas pessoas que são difíceis na convivência cotidiana. Pessoas que provocam tentando roubar nossa serenidade e equilíbrio.
  O mandamento não é amar somente quando o outro é merecedor de amor, é preciso amar porque nossa essência é AMOR.  A constatação de Saul ilumina essa realidade do amor e respeito dedicados a quem não é merecedor. Ao dizer a Davi: "Tu és mais justo do que eu, porque me tens feito bem e eu só te tenho feito mal", (1Sm 24,18-19) nisso Saul reconhece o coração generoso de Davi e desiste de fazer o mal que havia maquinado e sustentado por longo tempo em seu coração. Davi foi justo mesmo sendo injustiçado. Fez o bem ao "inimigo" diante da oportunidade de destruí-lo. Com essa atitude generosa destruiu a cadeia de maldade que havia formado entre ele e Saul.  
A postura de Davi tem muito a nos ensinar hoje. No impeto do momento vem o desejo de retribuir na mesma proporção recebida. Quando somos insultados e injuriados aciona um dispositivo em nós crescendo o desejo de vingança. Se não estivermos imbuídos da presença do sagrado em nós logo acomoda no coração coisas que não vem de Deus: raiva, ressentimento, mágoa entre outros sentimentos que nos fazem reféns de nossas próprias misérias. Os dissabores da vida crescem na medida que dou peso demais aos eventos negativos. Alimentamos e remoemos coisas que nos causam dor e roubam o nosso brilho. Não precisamos conferir ao outro o poder que ele não exerce sobre nós. 
Davi nos ensina que o caminho é totalmente outro. O caminho é de espera mesmo quando a demora se faz longa. O caminho é de confiança em Deus pois "aos que buscam ao Senhor não falta nada" (Sl 33,11b). O caminho é feito de verdade, pois a verdade liberta e salva. O caminho deve ser percorrido com amor pois só o amor tem o dom de curar e salvar os corações transviados e machucados. 
A nossa primeira vocação é ao amor e a vida. Assim como Jesus designou doze (Mc 3,13-19), para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar, com autoridade para expulsar os demônios. Hoje ele chama a cada um de nós para uma missão especial. Dando o nosso melhor descobriremos que não importa o lugar, a situação, ou a relevância dos fatos, o que importa é o amor dedicado naquele instante. O nosso coração precisa estar livre para ser forte e decidido. 
Que a dureza do outro não trave nossa capacidade de ser generoso. Que a teimosia do outro não cause desanimo no propósito de ser paciência e mansidão. Que a amargura do outro não contagie o nosso jeito de ser mas que o nosso jeito de ser transforme o outro para melhor.